sexta-feira, 12 de novembro de 2010

CC



Psiodorgia de um fedido


Eu, filho do enxofre e do ácido úrico
Flatulência divina escapizada
Francês desperfumado na bastilha
Suinamente corrompido e nu:

-Vim vingar a Júpiter o fogo roubado!

Prometeu implorará o abutre de volta
ao sentir minha baforada anal
que, hepática e titanicamente,
reminescerá seu pútrido órgão!




Créditos ao Artur, quem escreveu o primeiro verso aludindo ao Augusto dos Anjos ao sentir o cheiro
shrekial de nossa sala.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Chave do nosso Rock'n'roll

A banda chama-se "A Chave" e fez um importante papel no nosso cenário roquenrrouniano paranaense. Pena que poucos a conhecem.

Então está aí alguns videos com músicas deles e, logo abaixo a biografia retirada do próprio Youtube, que por sua vez a retirou do blog Cogumelomoon.

(Eu, particularmente, tenho a terceira música "Me Provoque pra Ver" como favorita.)

Espero que gostem e que divulguem.

=)


DE PONTA CABEÇA

MEU OFÍCIO É O ROCK'N'ROLL



ME PROVOQUE PRA VER



A CHAVE É SHOW


LUVA DE PELICA


.
A Chave foi o grupo precursor do rock paranaense, e atuou de 1969 a maio de 1979, quando foi dissolvido. Ao longo de sua carreira, tornou-se a mais importante banda de rock de Curitiba e continua cultuada até hoje.

A Chave abriu na década de 70 todas as portas e mostrou o caminho das pedras para as centenas de bandas que surgiram na cidade após a sua dissolução. Quando a banda acabou, apesar de ter mais de 100 músicas próprias - uma boa parte tendo como letrista o conhecido poeta Paulo Leminski - não deixou nenhum registro em LP, tendo apenas lançado pelo selo GTA Gravações Tupi Associadas um raro compacto simples (1977), contendo as músicas Buraco No Coração e Me Provoque Pra Ver, ambas em parceria com o Lemisnki.

A Chave desempenhou também um importante papel na solidificação do rock paranaense, iniciando vários processos de animação na vida cultural da capital paranaense, que estão presentes até hoje: shows ao ar livre em praças públicas e parques; concertos de rock em teatros; e grandes shows de rock em ginásios de esportes e estádios ao lado de bandas e artistas nacionais de destaque daquela década, além de participar de importantes festivais de rock como o Camburock, em Santa Catarina.

Tocou ao lado de Secos e Molhados, Rita Lee & Tutti Frutti, Mutantes, O Terço, Made In Brazil, Casa das Máquinas, Joelho de Porco, Som Nosso De Cada Dia, Bixo da Seda e chegou até abrir um show do Bill Haley And His Comets, no Guairão (1975). Além de suas apresentações por todo o Estado do Paraná, o grupo também se apresentou em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

Em meados do mês de julho de 2004, os quatro integrantes da extinta banda curitibana A Chave - Ivo Rodrigues (vocalista), Paulo Teixeira (guitarra e vocais), Carlão Gaertner (baixo) e Orlando Azevedo (bateria) foram pegos de surpresa com a descoberta de um CD pirata do grupo. O disco foi achado numa feira de colecionadores de discos antigos em São Paulo, pelos donos da loja Vinyl Club, de Curitiba, que deram de presente uma cópia ao vocalista Ivo, que toca atualmente na banda Blindagem, junto com Paulo Teixeira.

Com o apoio operacional de Márcia Teixeira - mulher do guitarrista Paulo resolveram piratear o disco pirata (10 músicas ao vivo e duas bônus tracks do compacto) e reproduziram uma tiragem limitada com o mesmo formato e layout, essa tiragem logo se esgotou e a seguinte também. O mais curioso de toda essa história é o fato da banda ter pirateado o seu próprio disco pirata - sem conhecer o autor da pirataria - gerando um dado inédito e hilário no mercado fonográfico brasileiro.

E, também constatar que 25 anos depois de sua dissolução, causa ainda o maior frisson na cena musical curitibana. A Chave, mesmo extinta, continua abrindo portas e indicando rumos no cenário do rock paranaense e brasileiro, provando que um trabalho de qualidade resiste à pátina do tempo.

domingo, 18 de julho de 2010

Obrigada, Allen Ginsberg


Depois das chateações da semana, surgiu-me um poema quase que por acaso.

O poeta é o Allen Ginsberg, que eu acabei de conhecer ao descobrir que ele estava no meio das Revoltas dos Yippies (do Abbie Hoffman). Ele foi da geração beat, expoente da contracultura... um mestre, com poemas longos e eloquentes.

Entretanto, no meio de poemas-"prosa", há o poema "Canção", o qual tocou minha alma e acalmou meu desavisado coração:


CANÇÃO


O peso do mundo

é o amor.

Sob o fardo

da solidão,

sob o fardo

da insatisfação

o peso

o peso que carregamos

é o amor.

Quem poderia negá-lo?

Em sonhos

nos toca

o corpo,

em pensamentos

constrói

um milagre,

na imaginação

aflige-se

até tornar-se

humano -

sai para fora do coração

ardendo de pureza -

pois o fardo da vida

é o amor,

mas nós carregamos o peso

cansados

e assim temos que descansar

nos braços do amor

finalmente

temos que descansar nos braços

do amor.

Nenhum descanso

sem amor,

nenhum sono

sem sonhos

de amor -

quer esteja eu louco ou frio,

obcecado por anjos

ou por máquinas,

o último desejo

é o amor

– não pode ser amargo

não pode ser negado

não pode ser contigo

quando negado:

o peso é demasiado

– deve dar-se

sem nada de volta

assim como o pensamento

é dado

na solidão

em toda a excelência

do seu excesso.

Os corpos quentes

brilham juntos

na escuridão,

a mão se move

para o centro

da carne,

a pele treme

na felicidade

e a alma sobe

feliz até o olho -

sim, sim,

é isso que

eu queria,

eu sempre quis,

eu sempre quis

voltar

ao corpo

em que nasci.